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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Orangotangos também planejam viagens e avisam grupo, diz estudo

Pesquisa analisou 15 machos selvagens em Sumatra durante 320 dias.
Gritos longos servem para que fêmeas os sigam e machos os evitem.

Do G1, em São Paulo
Orangotango macho Arno, um dos 15 estudados (Foto: Perry van Duijnhoven/AP)
Orangotango macho Arno, um dos 15 estudados,
em imagem de 1998 (Foto: Perry van Duijnhoven/AP)
Orangotangos também planejam viagens e avisam os demais integrantes do grupo, por meio de gritos, para onde estão indo, revela um estudo suíço publicado na quarta-feira (11) na revista científica "PLos One".
A pesquisa analisou 15 machos selvagens nas florestas de Sumatra, ilha pertencente à Indonésia, durante 320 dias nos anos 1990.
Os autores descobriram que esses primatas traçam antecipadamente seus dias seguintes de caminhada e compartilham o plano com os demais, para que as fêmeas possam segui-los ou rastreá-los – para acasalar, ser assediadas ou apenas protegidas – e outros machos se mantenham afastados.
Segundo o autor do trabalho, Carel van Schaik, diretor do Instituto de Antropologia da Universidade de Zurique, os orangotangos se viram em direção à sua próxima rota e soltam um grito de até 4 minutos. Então, dormem e depois de 12 horas seguem o caminho previamente anunciado.
"Eles estão continuamente atualizando seu Google Maps, por assim dizer. Baseados nisso, planejam o que fazer em seguida", compara o cientista.
Ao longo dos 11 meses de acompanhamento, os pesquisadores observaram mais de 1.100 gritos dos primatas.
"Isso mostra que eles são muito parecidos conosco nesse quesito. Nosso mais antigo ancestral hominídeo deve ter feito a mesma coisa", acredita Van Schaik.
Em estudos publicados anteriormente, feitos em zoológicos e ambientes controlados, pesquisadores já haviam visto essa forma de planejamento, mas essa é a primeira evidência sólida do que ocorre na natureza.
Segundo Van Schaik, seus resultados demoraram a ser divulgados justamente porque ele achava que poucas pessoas acreditariam nisso. Mas, nos últimos anos, testes em laboratório e cativeiro têm comprovado sua teoria.
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